domingo, 24 de julho de 2011

A Cozinha Mágica de Vianne Rocher

CHOCOLAT Meu aniversário estava com tudo para dar errado até que meus amigos da Livraria me deram um presentão. O maravilhoso livro “Chocolat” de Joanne Harris. Sim este livro que deu origem ao filme com Juliette Binoche e Johny Depp. O filme não pega nem de longe toda a magia e complexidade dos personagens.

Um vento quente em meio ao fevereiro de Carnaval trás Vianne e sua filhinha Anouk a uma cidadezinha da França. Lá as duas estrangeiras acham uma padaria abandonada onde montarão a Céleste Praline. Vianne uma mãe solteira e um espirito livre encontrará como inimigo o Padre Reynaud. Lá nossa protagonista conhecerá Guilhaume com seu cachorro e fiel companheiro Charly, Armande uma senhora vivida que só quer ter mais contato com seu neto Luc, Joséphine que apanha do marido e Roux um cigano que veio para a cidade.

Vianne também tem seus próprios fantasmas. Pois ao lermos o livro vemos que ela e sua mãe fugiam do Homem de Preto. Por isso tantas cidades, tantas culturas. E a mãe que ensinará a vida mágica e tradições pagãs para a senhora Rocher.

Aos poucos conhecendo cada um, ouvindo e quando não consegue  ajudar com palavras, ela simplesmente joga símbolos e deseja a melhora para cada pessoa que vêem na Chocolaterie.

Chocolat fala da complexidade e fantasmas de cada um. galeria-4Pois tanto Padre Reynaud tem sua própria luta interior e por fim quando ele invade Céleste Praline é derrotado por sua própria gula. Quanto o espirito livre que é Vianne decide ficar na cidade e ter mais um filho.

O livro toca profundamente em magia, pois indicarei ele para amigos pagãos logo depois de “Brumas de Avalon”. Como nesta parte em que Vianne explica como funciona a cozinha da Chocolaterie:

“Esta é uma arte que aprecio. Existe uma espécie de feitiçaria em toda culinária: na escolha dos ingredientes, no gratinado, na infusão e no aroma, nas receitas extraídas de livros antigos, nos utensílios tradicionais – o pilão e o almofariz com as quais minha mãe fazia o seu incenso adquiriram um propósito mais doméstico, suas especiarias e aromatizantes abandonaram suas sutilezas em favor de uma magia mais básica e sensual. E é parcialmente a transitoriedade disso que me delicia; tanta preparação carinhosa, tanta arte e experiência colocada num prazer que pode durar apenas um momento e que só uns poucos apreciarão plenamente.”

E mais que isso no livro o paganismo é algo comum é o dia-a-dia de uma mulher que aprendeu a lidar com a magia e seus Deuses.

“E eu, sua filha, ouvindo com olhos arregalados os seus deliciosos apócrifos, com histórias de Mitra e Baldur, o Belo, e Osíris e Quetzacoalt, todos entrelaçados com histórias de chocolates e tapetes voadores e da Deusa Tripla e da caverna das maravilhas de cristal de Aladim, da qual Jesus se levantou após três dias, amém, abracadabra, amém.”galeria-2

O livro também fala da magia da generosidade, aquele que embora tenhamos medos e problemas fazemos o melhor para transformar tudo a nossa volta. E que cada trabalho, cada atitude pode fazer a diferença com as pessoas que nos rodeiam.

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