quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Almoço em Paris

Ele pegou uma cenoura e a metade da cebola. Não tenho certeza se já havia visto alguém usar metade de uma cebola. Ou melhor, eu jamais havia visto alguém guardar metade de uma cebola que não tinha usado. O ingrediente realmente secreto, entretanto, era o pacote de lardons fumés – pequenos e gorduchos Legos de porco – bem rosados e com as faixas de gordura. Ele os jogou em uma panela com vegetais picados (existe uma possibilidade de ele ter lavado a panela depois da charlote), e a mistura começou a crepitar no fogo. Um pacote de tagliatelle, a massa que parece um ninho de passarinho, completou a refeição.

Pode ser que tenha sido o sexo, ou o bacon – ou ambos –, mas sem sombra de dúvida foi o melhor coisa que eu já provei na minha vida.”

Assim começa o romance entre Elizabeth, uma americana com ascendência judia, acostumada a sopa com Matzo comprado pronto e Gwendal, um francês acostumado a ter bons queijos e comprar peixe inteiro. Nossa protagonista, entra em Paris, pela porta de bistrôs e mercados. E brinca com sua falta de jeito e descoberta de um mundo novo.

Elizabeth mostra uma Paris sem ambição nenhuma, Gwendal trabalha como funcionário público e sem chances de fazer seus próprios filmes, seu maior sonho. Já ela uma americana com mania de controlar tudo, aprende a relaxar, a ficar amiga do açougueiro parecido com Matt Dillon, a buscar melhores sopas quando seu sogro adoece e fazer uma culinária arte com seu amigo Affif, quase uma cozinha sensorial.

Nossa protagonista mostra tanto o descaso nos hospitais quanto um almoço casual enquanto trabalha num Museu mostrando o passado das pessoas. Enquanto isso Gwendal consegue o contato com um produtor de George Lucas e assim começar a ser um produtor de cinema reconhecido na França. Elizabeth trás o lado irônico mostrando como os vendedores tem sempre razão e questionam suas opções, como comprar uma forma de terrine para fazer bolo, mostrando que liberdade de escolha não existe lá.

Enfim um livro saboroso, para se ler como se comesse um bom Confit de Pato com uma taça de vinho.

Peito de Pato com Amoras-Pretas

Magret du Canard aux Mûres

Ingredientes:

· 2 peitos de pato

· Uma boa porção de manteiga (mais ou menos 2 colheres de chá)015

· 1 colher de sopa de açúcar

· 1 ½ xicara de amoras-pretas (usei jabuticaba)

· ½ colher de chá de vinagre de xerez (ou vinagre de vinho tinto)

· 1 colher de sopa de caldo de galinha

Modo de Preparo:

Coloque os peitos de pato, com a pele para baixo, numa frigideira antiaderente. Cozinhe em fogo baixo até que eles liberem a gordura e as peles estejam douradas e nítidas. Se quiser ser bem francês, reserve a gordura para fritar algumas batatas que você escaldou e escorreu.

Enquanto isso derreta a manteiga numa pequena frigideira, adicione o açúcar e as amoras e mexa, esmagando as amoras levemente com a parte de trás de uma colher de madeira, até que elas liberem um pouco do suco e comecem a borbulhar. (Com as jabuticabas amassei num pilão, tirei as cascas e coloquei na frigideira).

Dilua na frigideira uma dose de vinagre de xerez. Adicione o caldo de galinha (pode ser um pedacinho de um cubo de caldo de galinha), reduza um pouquinho e reserve.

Termine de cozinhar os peitos de pato, com a pele para cima, por 3 minutos; eles devem estar com uma coloração bem rosada no meio. Misture o suco que sair dos petos de pato no molho. Reaqueça ligeiramente.

Sirva os peitos de pato com o molho por cima e alguns haricots verts fininhos e batatas assadas.

Rendimento: 2 pessoas

almoco-em-parisAlmoço Em Paris - Uma História de Amor Com Receitas
Autor: Elizabeth Bard
Editora: Leblon
Categoria: Literatura Estrangeira / Biografias e Memórias
I.S.B.N.: 9788562835018
Cód. Barras: 9788562835018

Um comentário:

Francis Xavier disse...

Post incrível... Super interesante este romance.

Parabéns pelo Blog

:*